Você sabia que fraturas osteoporóticas são responsáveis por mais internações hospitalares do que infarto do miocárdio, AVC e câncer de mama, somados? E que muitos desses eventos poderiam ser evitados com um exame simples, indolor e rápido: a densitometria óssea (DXA)?
Como Médico Especialista em Clínica Médica, acompanho muitos pacientes em risco de perda óssea silenciosa — homens e mulheres, muitas vezes jovens, que acreditavam que esse era um problema exclusivo da terceira idade.

🦴 O que é a Densitometria Óssea?
A densitometria óssea, também conhecida como DXA ou DEXA, é o exame padrão-ouro para avaliar a densidade mineral óssea (DMO), permitindo o diagnóstico precoce de:
- Osteopenia (redução da massa óssea);
- Osteoporose (redução acentuada da massa óssea com risco de fratura);
- Risco de fratura baseado em modelos de cálculo como FRAX.
🧬 Por que isso importa?
A perda de massa óssea é silenciosa. O paciente só percebe quando já há uma fratura — e, muitas vezes, essas fraturas ocorrem em vértebras ou quadril, com risco real de incapacidade e mortalidade.
Segundo a Fundação Internacional de Osteoporose (IOF):
- 1 em cada 3 mulheres e 1 em cada 5 homens acima dos 50 anos terão uma fratura osteoporótica ao longo da vida.
- Após uma fratura de quadril, até 20% dos pacientes morrem no primeiro ano.
✅ Quem Deve Fazer Densitometria Óssea?
As recomendações variam conforme diretrizes internacionais e nacionais, mas há consenso nos seguintes grupos:
🔹 Mulheres:
- A partir dos 65 anos (mesmo sem fatores de risco).
- Entre 50 e 64 anos com fatores de risco:
- Baixo peso corporal;
- Fraturas prévias;
- História familiar de fratura de quadril;
- Menopausa precoce;
- Uso de corticoide ≥ 3 meses;
- Tabagismo, álcool, sedentarismo.
🔹 Homens:
- A partir dos 70 anos, rotineiramente.
- Entre 50 e 69 anos, se houver fatores de risco:
- Hipogonadismo;
- Fraturas anteriores;
- Doença crônica inflamatória (ex: DPOC, AR, DII);
- Uso de corticoide crônico;
- Cirurgias bariátricas.
🔹 Outros grupos:
- Pacientes com doenças endocrinológicas, como:
- Hipertireoidismo, hiperparatireoidismo;
- Síndrome de Cushing;
- Diabetes tipo 1 ou 2 mal controlado.
- Pacientes com transtornos alimentares, desnutrição ou baixo IMC.
- Atletas com amenorreia prolongada (atletas de elite, bailarinas, etc.).
- Homens ou mulheres com osteopenia e risco elevado de fratura pelo Score FRAX, para decisão terapêutica.
🔬 Como é feito o exame?
- Duração: cerca de 10 a 15 minutos;
- Indolor, sem preparo intestinal, sem contraste;
- Radiação extremamente baixa (menor que uma radiografia de tórax);
- Avalia, principalmente, coluna lombar, fêmur proximal e eventualmente antebraço.
📉 Como interpretar os resultados?
- T-score ≥ –1,0 → Normal
- T-score entre –1,0 e –2,5 → Osteopenia
- T-score ≤ –2,5 → Osteoporose
📌 Para homens abaixo de 50 anos e mulheres pré-menopáusicas, usamos o Z-score, não o T-score.
🍎 Como Prevenir a Perda Óssea?
- Ingestão adequada de cálcio e vitamina D;
- Atividade física com impacto e resistência (musculação, caminhada);
- Evitar tabagismo, álcool em excesso e sedentarismo;
- Manter hormônios regulados (testosterona, estrogênio, tireoide);
- Tratar doenças que favoreçam a perda óssea;
- Acompanhamento nutricional e clínico regular.
💊 Quando tratar?
O tratamento pode ser indicado mesmo antes do diagnóstico formal de osteoporose, caso o risco de fratura seja alto. Avaliamos isso com:
- T-score abaixo de –2,5;
- T-score entre –1,0 e –2,5 com risco aumentado no FRAX (ex: risco de fratura maior > 20% ou de quadril > 3%);
- Presença de fratura vertebral prévia.
🩺 Conclusão
A densitometria óssea é um exame simples, acessível e salva vidas ao prevenir fraturas graves, incapacitantes e potencialmente fatais. A osteoporose não dá sinais até que seja tarde demais — por isso, rastrear é cuidar.
📅 Se você está nos grupos de risco, ou simplesmente deseja avaliar sua saúde óssea com precisão, converse com seu médico de confiança sobre a indicação do exame.
📌 Este conteúdo é informativo e não substitui avaliação personalizada com seu médico de confiança.